Um dia eu hei de conseguir manter um blog com atualizações diárias... enquanto esse dia não chega, vou tentando... e curtindo...
Num desses raros sábados de sol, em Curitiba, estavam eu e meus dois filhos mais velhos, o Ike e a Mah, na cozinha, preparando um café da manhã em família, com o som ligado, claro! Eis que, na busca da música que embalaria aquele começo de dia, o dial do rádio foi parado ao som de uma música sertaneja... não é o meu estilo preferido... nem tampouco dos filhotes... minha surpresa se deu ao notar os dois meliantes se entreolharem cumplicemente e começarem a cantar e dançar algo assim: "Eu quero tchu, eu quero tcha, eu quero tchutchatchatchutchutcha..."
Pensa uma alguém com vontade de se enfiar num buraco? Eu! E fui prestar atenção na tal música... pasmei! Que me perdoem os compositores, que certamente sabem não ser novidade o que tenho a dizer, mas a letra é de uma pobreza tal que pensei: "Se há, de fato, um plano espiritual, espero ardentemente que Tom, Vinícius e Renato Russo estejam ocupados demais prá tomar conhecimento do que se passa aqui na Terra..."
Juntei o "Eu quero Tchu" com o "Ai se eu te pego" e isso virou assunto com a minha professora-amiga Denise Nantes... já observaram como, em vários aspectos da nossa vida, podemos verificar que a sociedade caminha - caminha não, despenca - ribanceira abaixo?
Não critico os compositores, como já disse. A crítica é para uma vida superficial, onde tudo que se faz é imediato e visa a um prazer intenso e instantâneo... acaba o prazer em pouco tempo e temos uma geração de depressivos, paranóicos, enclausurados em mundos virtuais...
Meses de prática do piano, desde novembro, quando o ganhei e tenho o que? 3 ou 4 músicas em condições de serem exibidas... horas e horas de prática do instrumento e outras tantas estudando os compositores, suas histórias e o contextos de suas obras...
Se fizermos essa análise hoje, sobra o quê? Fenômenos de venda que ascendem e desaparecem em questão de meses, mas com dinheiro suficiente prá uma aposentadoria em que, talvez, possam se dedicar à música que realmente gostam... porque na verdade, o que se vende é diversão sem compromisso...
Não vejo problema nisso... apenas no fato de que ao invés de contribuírem para o inclusão cultural da esmagadora maioria dos cidadãos brasileiros, contribuem, ao contrário, para a sua alienação total...
Viver de arte nunca foi fácil... daqui por diante vai ser ainda mais difícil... eu me dedico por esporte e admiro aqueles que se dedicam por profissão!
Maria Música
Destinado aos amantes de boa música.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
Rosa - pixinguinha
Ainda em homenagem aos 79 anos da D. Esther, publico hoje Rosa em duas versões. A mais moderna, na linda voz de Marisa Monte...
... e a segunda, interpretada pelo próprio compositor, Pixinguinha...
Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha, era flautista, saxofonista, cantor, arranjador, compositor... tinha música nas veias... o pai também era músico. É considerado um dos precussores do choro brasileiro. Suas composições datam do começo do século, aproximadamente segunda década. Rosa é uma das centenas de composições que ficam entre o choro e a polca.
A letra é algo divino!! Gostaria de ver alguém compor assim nos dias de hoje...
Ah! E que mulher não se derreteria diante de tal declaração de amor??
... e a segunda, interpretada pelo próprio compositor, Pixinguinha...
Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha, era flautista, saxofonista, cantor, arranjador, compositor... tinha música nas veias... o pai também era músico. É considerado um dos precussores do choro brasileiro. Suas composições datam do começo do século, aproximadamente segunda década. Rosa é uma das centenas de composições que ficam entre o choro e a polca.
A letra é algo divino!! Gostaria de ver alguém compor assim nos dias de hoje...
Ah! E que mulher não se derreteria diante de tal declaração de amor??
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Olhos Negros
Do repertório de estudo, sempre que executo olhos negros, minha mãe diz: essa mexe comigo! Não tem Bach, nem Beethoven, nem Mozart ou Chopin que dê jeito. É "Olhos Negros" e pronto!
Hoje, no dia do seu aniversário, eu coloco a minha singela interpretação dessa canção russa.
A Estherzinha sempre disse que essa música tem letra, e eu insistia que não. E tem!
Tá aí mãe, prá senhora acompanhar:
Очи чёрные, очи страстные,
Очи жгучие и прекрасные,
Как люблю я вас, как боюсь я вас,
Знать увидел вас я не в добрый час.
[…]
Не встречал бы вас, не страдал бы так,
Я бы прожил жизнь улыбаючись,
Вы сгубили меня очи чёрные
Унесли на век моё счастье.
Очи чёрные, очи страстные,
Очи жгучие и прекрасные,
Как люблю я вас, как боюсь я вас,
Знать увидел вас я не в добрый час.
A versão brasileira é de Carlos Santorelli e é tão brega, mas tão tão brega, que não cabia nos propósitos desse blog (minhas escusas ao autor da versão, mas meu gosto não está em julgamento nesse espeço, ok?)
Fato é que a canção original é cigana. Conta a história que os ciganos eram servos da corte e serviam à aristocracia. Em meados do século XIX foram liberados de suas funções e passaram a tocar, cantar e dançar nas ruas em troca de moedas para o seu sustento (lembram da História do Corcunda de Notre Dame? Claro... se passa na França, mas não esqueçamos que os ciganos não se prendem a um lugar e levam consigo as suas tradições). Olhos Negros remonta à essa época. Mais tarde, tornou-se um hino da Revolução Bolchevique.
Quero ver todo mundo cantando junto!! Vamos lá!! hehehe...
Mãe, PARABÉNS!! A senhora é a minha força, a minha vida, a minha inspiração! Que o seu dia seja alegre como essa música e que os seus Olhos Negros continuem trazendo luz e força para a nossa família. Obrigada por estar sempre presente, por aturar minhas faltas, por simplesmente existir! TE AMO!!
Hoje, no dia do seu aniversário, eu coloco a minha singela interpretação dessa canção russa.
A Estherzinha sempre disse que essa música tem letra, e eu insistia que não. E tem!
Tá aí mãe, prá senhora acompanhar:
Очи чёрные, очи страстные,
Очи жгучие и прекрасные,
Как люблю я вас, как боюсь я вас,
Знать увидел вас я не в добрый час.
[…]
Не встречал бы вас, не страдал бы так,
Я бы прожил жизнь улыбаючись,
Вы сгубили меня очи чёрные
Унесли на век моё счастье.
Очи чёрные, очи страстные,
Очи жгучие и прекрасные,
Как люблю я вас, как боюсь я вас,
Знать увидел вас я не в добрый час.
A versão brasileira é de Carlos Santorelli e é tão brega, mas tão tão brega, que não cabia nos propósitos desse blog (minhas escusas ao autor da versão, mas meu gosto não está em julgamento nesse espeço, ok?)
Fato é que a canção original é cigana. Conta a história que os ciganos eram servos da corte e serviam à aristocracia. Em meados do século XIX foram liberados de suas funções e passaram a tocar, cantar e dançar nas ruas em troca de moedas para o seu sustento (lembram da História do Corcunda de Notre Dame? Claro... se passa na França, mas não esqueçamos que os ciganos não se prendem a um lugar e levam consigo as suas tradições). Olhos Negros remonta à essa época. Mais tarde, tornou-se um hino da Revolução Bolchevique.
Quero ver todo mundo cantando junto!! Vamos lá!! hehehe...
Mãe, PARABÉNS!! A senhora é a minha força, a minha vida, a minha inspiração! Que o seu dia seja alegre como essa música e que os seus Olhos Negros continuem trazendo luz e força para a nossa família. Obrigada por estar sempre presente, por aturar minhas faltas, por simplesmente existir! TE AMO!!
domingo, 22 de abril de 2012
Ave Maria
A música brasileira é realmente maravilhosa. Uma mistura de influências... desde os batuques africanos, que marcam as nossas composições, até a ópera (vejam meu conterrâneo Carlos Gomes - que, conta-se, chegou a tocar seu violino atrás da Catedral campineira em troca de umas moedas.. mas essa é outra história - e o seu Guarani que ouvimos de segunda a sexta na abertura da Hora do Brasil) temos um pouco de tudo... às vezes separados, às vezes "tudo junto e misturado". Somos um povo de uma riqueza cultural mal avaliada, mal percebida e mal festejada por nós mesmos. Temos sempre a impressão de que o que é do outro é melhor, e o brasileiro é melhor em tudo (até no que não devia).
A Ave Maria, do pianista paulista Erothides de Campos, é uma composição do primeiro quarto do século XX e tem letra de Jonas Neves. É uma singela valsinha bem marcada que, conta a mãe, o vô tocava e obrigava os filhos a acompanharem... isso me faz imaginar a razão de ser da D. Estherzinha, nos seus 79 anos de idade que se completarão amanhã, ainda conservar a bela e firme voz que entoou boa parte da minha infância. O repertório da velhinha é tão vasto e eclético que muito músico de carteirinha haveria de se admirar.
Essa é só uma delas... Vai aqui numa interpretação de 1947 por Francisco Alves.
Enjoy it!
Não é de arrepiar?? (qdo a alma sente a gente se arrepia, já perceberam? Bom... pelo menos comigo é assim...)
sábado, 21 de abril de 2012
Música é o conjunto de sons que agrada ao ouvido.
Bom... gosto cada um tem o seu... assim, de Bach a Michel Teló devemos respeito a todos.
Música sacra, profana, clássica, romântica, popular... depende da hora e da companhia...
Essa semana, na medida em que o excesso de trabalho me permitir, quero dedicar todos os meus post à minha mãe, que estréia idade nova na segunda-feira. Minha mãe é a responsável pelo meu [bom! ;o)] gosto musical, pela minha paixão pelas artes e pelas histórias de família... já que fui a última a vir ao mundo, perdi muita coisa - e muita gente - cujo amor que cultivo só pode ser obra da D. Estherzinha...
Segundo conta a história, uma das músicas que marcaram a minha mãe era executada pelo meu avô materno ao violão... eu gostaria de ter visto e de tê-lo acompanhado nos vocais... meu tio Nelson e meu primo Márcio, que seguiram o talento musical no violão, imagino eu que toquem também... o meu filho, que também manda muito bem no instrumento de seis cordas poderia aprender... quem sabe um dia não sai essa reunião musical familiar...
Apreciem o vídeo... depois conto a história da música...
De arrepiar!!
Ave Maria no Morro - Herivelto Martins - gravada pelo Trio de Ouro em 1942
Intérprete: Dalva de Oliveira
Obs.: Dalva e Herivelto foram casados, mas lamentavelmente foi um casamento desastroso. Muito diferente da parceria que fizeram na música (mais um exemplo de que o que a música une, o casamento pode desunir)
Reza a lenda que foi escrita após o compositor notar o canto dos pardais ao fim da tarde.
Também foi considerada uma heresia e houve um movimento eclesiástico para baní-la. Graças a Deus, que é onipotente, onisciente e onipresente, os esforços humanos foram em vão...
Linda oração, foi um sucesso nas paradas já na década de 50...
Explicado o gosto musical eclético, como diz a minha querida amiga/professora Denise Nantes?
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Sete noivas para sete irmãos
Ah! A vida tem uma trilha sonora!!
Quantos momentos a gente pode registrar com música? Eu? Praticamente todos! Todo dia pode ser representado por uma música!
Essa, lembrada pela minha mãe, D. Estherzinha, me remete de volta ao ballet... peça linda inspirada nessa comédia musical de 1954, era de ouro do cinema, e dirigida por Stanley Donen... pelo que me lembro do filme, os sete irmãos resolvem raptar (no sentido técnico do termo) as sete garotas alvo do seu amor. De início elas ficam enfurecidas, mas logo passa...
Apresentei-me enquanto membro do corpo de bailarinas (aprendizes ainda) da Academia de Ballet Lina Penteado com esse musical:
Bela lembrança, mamy!
Curti a viagem!!
Espero que curtam também!!
domingo, 15 de abril de 2012
Hallelujah
Movida a desafios!
Ontem, Lago dos Cisnes; hoje Hallelujah... é uma música popular, tema do filme Shrek... linda,linda, linda!
Composição do canadense Leonard Cohen, tem diversas interpretações facilmente encontradas na internet...
Meu desafio não é só interpretá-la ao piano, mas, em dueto com a querida Denise Nantes, hei de interpretá-la cantando!
Sendo assim, algumas interpretações que me inspiram...
Com o próprio Leonard Cohen...
Numa versão heavy metal... Pain of Salvation... linda! (lindos...)
Divirtam-se e relaxem! Que a semana seja tranquila, cheia de paz e realizações... Hallelujah!
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