quinta-feira, 31 de maio de 2012

Retomando...

Um dia eu hei de conseguir manter um blog com atualizações diárias... enquanto esse dia não chega, vou tentando... e curtindo...

Num desses raros sábados de sol, em Curitiba, estavam eu e meus dois filhos mais velhos, o Ike e a Mah, na cozinha, preparando um café da manhã em família, com o som ligado, claro! Eis que, na busca da música que embalaria aquele começo de dia, o dial do rádio foi parado ao som de uma música sertaneja... não é o meu estilo preferido... nem tampouco dos filhotes... minha surpresa se deu ao notar os dois meliantes se entreolharem cumplicemente e começarem a cantar e dançar algo assim: "Eu quero tchu, eu quero tcha, eu quero tchutchatchatchutchutcha..."
Pensa uma alguém com vontade de se enfiar num buraco? Eu! E fui prestar atenção na tal música... pasmei! Que me perdoem os compositores, que certamente sabem não ser novidade o que tenho a dizer, mas a letra é de uma pobreza tal que pensei: "Se há, de fato, um plano espiritual, espero ardentemente que Tom, Vinícius e Renato Russo estejam ocupados demais prá tomar conhecimento do que se passa aqui na Terra..."

Juntei o "Eu quero Tchu" com o "Ai se eu te pego" e isso virou assunto com a minha professora-amiga Denise Nantes... já observaram como, em vários aspectos da nossa vida, podemos verificar que a sociedade caminha - caminha não, despenca - ribanceira abaixo?

Não critico os compositores, como já disse. A crítica é para uma vida superficial, onde tudo que se faz é imediato e visa a um prazer intenso e instantâneo... acaba o prazer em pouco tempo e temos uma geração de depressivos, paranóicos, enclausurados em mundos virtuais...

Meses de prática do piano, desde novembro, quando o ganhei e tenho o que? 3 ou 4 músicas em condições de serem exibidas... horas e horas de prática do instrumento e outras tantas estudando os compositores, suas histórias e o contextos de suas obras...

Se fizermos essa análise hoje, sobra o quê? Fenômenos de venda que ascendem e desaparecem em questão de meses, mas com dinheiro suficiente prá uma aposentadoria em que, talvez, possam se dedicar à música que realmente gostam... porque na verdade, o que se vende é diversão sem compromisso...

Não vejo problema nisso... apenas no fato de que ao invés de contribuírem para o inclusão cultural da esmagadora maioria dos cidadãos brasileiros, contribuem, ao contrário, para a sua alienação total...

Viver de arte nunca foi fácil... daqui por diante vai ser ainda mais difícil... eu me dedico por esporte e admiro aqueles que se dedicam por profissão!

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